segunda-feira, 8 de junho de 2009

Pergunta/Resposta

As Rosas Não Falam:
{Pergunta } " As Rosas Não falam " é uma metáfora ou prosopopéia?
{Resposta } Talvez não seja uma coisa nem outra.
Se a citação pertencer à canção no caso acima -na qual se diz que as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam perfume -, teremos um texto denotativo: um texto em que se empregam palavras com o seu significado básico.
Não se trata de prosopopéia ( no Brasil, prosopopéia), por que esta é figura de estilo em que se atribui o dom da palavra a seres inanimados, a animais irracionais e até aos mortos. " O mar avisou: - Vai para casa pescador!" Na frase apresentada da pergunta, faz-se o oposto, quando se diz: As Rosas Não Falam."
E metáfora também não será.Metáforas são palavras ou frases que se empregam em sentido figurado, pertencendo, pois, pertencendo à linguagem conotativa. Numa expressão metafórica, o significado "natural" de uma palavra ou frase transfere-se para outra por uma relação de semelhança que se subentende. Quando o namorado diz à namorada: " Tú és uma rosa", quer dizer que a sua interlocutora é bela.
A interpretação poder-se-á complicar, mesmo no texto que citei de memória( as rosas não falam , simplesmente exalam perfume), porque é possível construir com linguagem básica um texto poético que, por constituir manifestação de arte no seu todo, não deixa de ser de algum modo "metafórico". Independentemente das figuras de estilo utilizadas, penso não existir arte poética cujos textos, na sua singularidade, não sejam "metáforas".
Se eu todavia disser- fora de tal contexto - que " rosas não falam ", então não haverá dúvida (nem metáfora : teremos linguagem básica, denotativa.

domingo, 7 de junho de 2009

Provérbios e figuras de linguagem

{ Pergunta } Podemos classificar os provérbios como uma das figuras de linguagem? Seriam metáforas?
{ Resposta } Os provérbios quase sempre contém figuras de estilo. As figuras de estilo são ornamentos da Língua, e o seu emprego, em princípio desvia-se, da linguagem corrente, para assentar na linguagem literária. Os provérbios, pelo contrário, fazem parte da linguagem corrente: são sentenças, orientações de caráter moral, transmitidas numa linguagem familiar que pode conter, por exemplo, metáforas como a do pão do provérbio: "Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém têm razão".

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Figuras de Linguagem: Alegoria

Uma alegoria é uma representação tal que transmite um outro significado em adição ao significado literal do texto. Em outras palavras, é uma coisa que é dita para dar a noção de outra, normalmente por meio de alguma lição moral.
É bastante fácil confundir a alegoria com a metáfora, pois elas têm muitos pontos em comum.
Para melhor entender o que seja uma alegoria, podemos citar alguns exemplos.
O mais conhecido exemplo de alegoria é provavel que seja O Mito da Caverna, de Platão. O autor referia-se aos mitos e superstições de seus contemporâneos, comportamento que ficou representado pela alegoria da caverna em que as pessoas ficariam presas e imóveis, sem jamais poder contemplar diretamente o que acontecia fora dalí.
A Bíblia está repleta de alegorias, o próprio Cristo ensinava por meio delas. Mas antes mesmo do Novo testamento encontramos muitas alegorias, e muitos talvez considerem uma das mais belas a que a comparação da história de Israel ao crescimento de uma vinha no Salmo 80.
Os ditados populares são alegorias contextualizadas:
" Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura".
" Mais vale um pássaro na mão que dois voando ".
" Casa de ferreiro, espeto de pau ".
Etimologicamente, o grego allegoria significa " dizer o outro ", " dizer alguma coisa diferente do sentido literal " ( allos, " outro ", e agoreuein, " falar em público ").

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Expressões com sentido metafórico:

Ter o rei na barriga: ser orgulhoso, metido
saltar de banda: cair fora, omitir-se
por minhocas na cabeça: pensar em bobagens,
pensar em tolices
dar um sorriso amarelo: sorrir sem graça, tudo azul: tudo bem
ir para o olho da rua: ser despedido, ser mandado embora.

Como se pode perceber, a metáfora afasta-se do raciocínio lógico, objetivo. A associação depende da subjetividade de quem cria a metáfora, estabelecendo uma outra lógica, a lógica da sensibilidade como nos versos:

" Voce é a escada da minha subida
Voce é o amor da minha vida
É o meu abrir de olhos no amanhecer
Verdade que me leva a viver

Voce é a espera na janela
A ave que vem de longe tão bela
A esperança que arde em calor
Voce é a tradução do que é o amor"

Figuras de Linguagem: uma apresentação

As palavras podem ser usadascom o seu significado usual ou convencional. O significado concencional não permite mais de uma interpretação. A palavra é usada no seu sentido objetivo, isto é, na sua denotação. A palavra com seu significado denotativo é mais frequente na linguagem informativa, científica ou técnica, pois aí a informação prestada deve ser objetiva e exata.
As palavras também podem ser usadas com uma interpretação nova, com um significado novo, criado pelas circunstâncias , pelo contexto: é o sentido figurado , a conotação. O emprego da palavra com sentido conotativo é mais comum na linguagem coloquial e na linguagem literária. Nessas modalidades as palavras ganham significados afetivos, subjetivos, que mais sugerem que informam.
As figuras de linguagem ocorrem quando se quer dar expressividade à mensagem através de recursos semânticos - trabalhando a palavra do ponto de vista do seu significado.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Estrela da Vida

Leia direitinho:
"" Estavas bem mudado
Como se tivesses posto aquelas barbas brancas
Para ENTRAR com maior decoro na ETERNIDADADE

Levamos-te CANSADO ao teu último ENDEREÇO
Ví com prazer
QUE UM DIA AFINAL SEREMOS VIZINHOS
CONVERSAREMOS LONGAMENTE
DE SEPULTURA A SEPULTURA
No silêncio das madrugadas""

Poesia de Manuel Bandeira, Estrela da Vida

Figura de Linguagem: Metáfora

Comparação Metafórica

COMPARAÇÃO METAFÓRICA
( OU SÍMILE )
Comparação metafórica ou símile é uma comparação entre dois elementos de universos diferentes:
Observe:
Esta criança é forte como um touro.
Nesse caso, estamos comparando a criança a um touro, dois elementos de universos bastante diferentes. Aproximamos esses elementos porque "enxergamos" uma característica comum a ambos, ou seja, a força.
Veja mais exemplos:
A casa dela é escura como a noite.
Associamos a casa à noite porque ambas são escuras. O remédio que eu tomo é ruím feito o diabo.
Associamos o remédio ao diabo porque atribuimos uma característica comum a eles: a ruindade.
Ele chorou que nem um condenado.
Associamos o modo como ele chorou com o modo como imaginamos que choraria um condenado.
Observe que em todas essas comparações há sempre palavras ou expressões que estabelecem a relação entre termos comparados. São os conectivos comparativos:
como, feito, que nem, assím como, tal, tal qual, qual, etc.
As comparações apresentadas anteriormente são chamadas comparações metafóricas, pois elas dependem muito do sujeito que as enuncia - da sua sensibilidade, do estado de espírito, da sua experiência, etc.